quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Venda de imóveis novos registra alta de 10,1% em agosto

O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo expressou reação em agosto. A venda de 1.860 unidades no mês representou crescimento de 10,1%, frente às 1.689 comercializadas em julho.
De acordo com a Pesquisa Mensal do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, a movimentação em valores também apresentou reação: foram R$ 978,8 milhões negociados no oitavo mês do ano e R$ 851,9 milhões em julho, com um aumento real de 14,9%.
Agosto foi o segundo melhor mês do ano em termos de lançamentos residenciais, com 2.078 unidades e alta de 19,6% em relação às 1.737 do mês anterior, conforme dados fornecidos pela Embraesp – Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio.
Principais aspectos da comercialização – Os imóveis em período de Lançamento, ou seja, colocados em oferta nos últimos seis meses (março a agosto deste ano), representaram 58,6% do total vendido no mês, com 1.090 unidades. A parte complementar, de 770 unidades, possuía de sete a 36 meses a partir do momento da colocação em oferta.
O segmento de 2 dormitórios respondeu por 58,3% (1.085 unidades) do volume comercializado no mês, seguido pelo nicho de 3 quartos, que teve 442 imóveis vendidos e contribuiu com 23,8% do total.
Região Metropolitana – A capital paulista retomou a participação majoritária nas vendas, atingindo em agosto a fatia de 65,3% (2.848 unidades) dos imóveis comercializados entre os 39 municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).
A redução do número de lançamentos - o que diminuiu o nível de oferta - pode ser responsável pelo reaquecimento das vendas na Capital.
Mercado em oito meses – Ao considerar o que ocorreu no ano, nota-se que o mercado de imóveis novos residenciais sofreu os efeitos do desaquecimento da economia brasileira.
As vendas acumuladas na cidade de São Paulo, de janeiro a agosto deste ano, somaram 15.530 unidades, com variação negativa de -6,6% diante das 16.636 unidades de igual período de 2011. Em valores, o movimento totalizou R$ 7,9 bilhões nos oito meses, equivalente a redução de 5,2% em relação ao volume de R$ 8,4 bilhões acumulados entre janeiro e agosto do ano passado, atualizados pelo INCC.
No acumulado, o lançamento de 12.677 unidades representou variação negativa de –38,3%, ante os 20.559 imóveis lançados nos oito primeiros meses de 2011.
Considerações – “O comportamento do mercado de imóveis novos na capital paulista passa por desaceleração”, diz o economista-chefe do Sindicato, Celso Petrucci, chamando a atenção, ainda, para os aspectos a seguir.
1 - Ajuste da oferta diante do total de lançamentos registrados no final do ano passado. Em 2012, o volume de vendas foi maior, em relação aos lançamentos de 2.853 unidades.
2 - Necessidade de melhoria nos padrões urbanísticos da cidade de São Paulo, por meio de revisão da legislação de desenvolvimento urbano (Lei de Zoneamento e Plano Diretor Estratégico), que hoje dificultam a viabilização de novos empreendimentos imobiliários.
3 - Essas dificuldades, aliadas ao excesso de burocracia nos novos licenciamentos, reduziu o volume de aprovação de plantas na Prefeitura de São Paulo, com queda de aproximadamente 30% na comparação do acumulado em 12 meses, de setembro de 2011 a agosto de 2012.
4 - A crise internacional refletiu no crescimento do Brasil. O Banco Central brasileiro reduziu a perspectiva de crescimento da economia para apenas 1,6% neste ano.
De qualquer forma, o Brasil adotou mudanças na política monetária, buscando minimizar os efeitos da crise mundial. Medidas decretadas nos últimos meses contribuíram para melhorar a competitividade, aumentar a produtividade e incentivar os investimentos em infraestrutura nos próximos anos. Nesse sentido, destacam-se a redução da taxa de juros básica para 7,5% ao ano, com juro real inédito da ordem de 2%; e a política de renúncia fiscal para incentivar setores da economia a investirem na produção.
O mercado de imóveis novos sentiu os efeitos da economia, mas continua contribuindo com seu poder de geração de empregos e com o atendimento do crescimento vegetativo da necessidade de novas moradias.
“A situação atual confirma a percepção do Secovi-SP no que se refere ao processo de ajustes neste ano. Porém, as vendas se mantêm próximas ao patamar do ano passado. Ou seja, a demanda continua presente. Além disso, há indicadores que apontam para a retomada do crescimento econômico, de forma gradual e sustentada, nos próximos meses”, analisou o presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes.